ESCOLA DE ENSINO
MÉDIO VEREADORA EDIMAR MARTINS DA CUNHA CAIO PRADO - ITAPIÚNA – CEARÁ
PROJETO: Contação de Histórias
TEMA: Encontro de Histórias
IDENTIFICAÇÃO
·
LOCAL:
ESCOLA DE ENSINO MÉDIO EDMAR MARTINS DA CUNHA-CAIO PRADO, ITAPIÚNA-CEARÁ
· PÚBLICO
ALVO: ALUNOS
DO 1º ANO ‘’A’’
· TEMA:
Encontro de Histórias
· AUTORES:
PROFESSORES DE LINGUAGENS E CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
DURAÇÃO:
DOIS MESES
· APOIO:
NÚCLEO GESTOR
MENTOR: PROF EDSON
Justificativa
Buscando
estratégias em relação às metodologias que utilizam a ludicidade para a
promoção da aprendizagem, a E.E.M. Vereadora Edimar Martins da Cunha, na Área de
Linguagens e Códigos, decidiu pelo tema relacionado à contação de histórias com
o intuito de trabalhar a arte da narração de histórias, objetivando uma
reflexão por parte dos alunos sobre a importância desse ato milenar. A falta de ações garante-lhe muitas
vezes o fracasso na comunicação com os alunos, no estabelecimento da relação afetiva
propícia à aprendizagem e outros fatores relevantes para o processo educativo.
Assim, é fundamental buscar novas alternativas metodológicas que possibilitem
ao professor o desenvolvimento de habilidades e competências para trabalhar com
a linguagem seja escrita ou oral e, através destas, garantir o acesso dos alunos
à cultura, como um bem universal a ser usufruído e desencadeador da produção de
novos conhecimentos.
APRESENTAÇÃO
A alegria de contar histórias
As
histórias são patrimônios da humanidade e é ouvindo estas por um bom contador
que se pode transportar para vários mundos imaginários. Pensando nesse
desenvolvimento de ouvir e (re)criar do aluno, que pretendemos por em prática
através do projeto ‘’Contação de histórias’’ como uma maneira de contribuir ao
desenvolvimento cognitivo. As aulas serão baseadas em experiências dos próprios
alunos etc. E dessa forma, o
currículo será contextualizado e interdisciplinado, e as histórias envolveriam os
conteúdos, de acordo com cada uma que fosse contada.
Contar histórias é atividade muito antiga.
Até os profetas já falavam dela. Assim, o mais importante que o homem acumulou
de sua experiência foi sendo comunicado de indivíduo a indivíduo, de povo a povo.
Contar em latim é computare,
abreviado de comptare, do qual
se originou o vocábulo francês compter.
Então contar é o compito ou conto dos fatos (GÓES, 1991, p.125).
Contar história desenvolve as
possibilidades de apreensão dos significados do mundo em que os jovens estão
inseridos. Este projeto pode auxiliar na aprendizagem por apresentar
características únicas de descontração, atenção, alegria entre outras tantas
habilidades que possam fazer o aluno apreender o sentido das coisas
pelo modo lúdico. Sobre isso, Abramovich, diz “O ouvir histórias pode estimular
o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatralizar, o imaginar, o
brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou
outra). Afinal, tudo pode nascer dum texto criar asas e estimular a
aprendizagem” (ABRAMOVICH, 1994, p. 23).
Ou
seja, tanto a criança quanto o jovem desenvolve-se seu ser se for estimulada
exteriormente e a contação de história viabiliza esta interação colocando ambos
em confronto consigo mesma para distinguir o real do imaginário. Dentre as
habilidades desenvolvidas pelos mesmos através do que houve nas histórias são
destacadas por Dohme (2005, p.19) alguns aspectos relevantes, tais como:
- Caráter:
as histórias com heróis, conteúdos que proporcionam lições de vida, fábulas em
que o bem prevalece sobre o mal. Por meio das histórias, principalmente, os
meninos se defrontam com situações fictícias e com isso adquirem vivências e
referências para montar os seus próprios valores;
- Raciocínio:
as histórias mais elaboradas, os enredos intrigantes, agitam o raciocínio da
criança e do jovem;
- Imaginação:
o exercício da imaginação traz grande proveito aos jovens, porque atende a uma
necessidade muito grande que eles têm de imaginar. As fantasias não são somente
um passatempo; elas ajudam na formação da personalidade na medida em que
possibilita fazer conjecturas, combinações, visualizações como tal coisa seria
“desta” ou de “outra” forma.
- Criatividade:
uma vez que a criatividade é diretamente proporcional à quantidade de
referências que cada um possui, quanto mais “viagens” a imaginação fizer, tanto
mais aumentará o “arquivo referencial” e, conseqüentemente, a criatividade.
- Senso
Crítico: as histórias atuam como ferramentas de grande valia na construção
desse senso crítico, por meio delas os alunos tomam conhecimento de
situações alheias à sua realidade, uma vez que podem “navegar” em diferentes
culturas, classes sociais, raças e costumes.
- Disciplina:
é entendida como aceita e praticada espontaneamente pela criança/jovem e não
como algo imposto inquestionavelmente pelo educador. No momento que se trabalha
com o que realmente gosta, quando sente que foi preparada especialmente para
elas, as chances de se ter posturas atentas e participativas aumentam muito.
É com essa perspectiva que o projeto ‘’ Contando
histórias’’ visa contribuir na formação dos alunos, seja na formação de novos
leitores, seja como cidadãos etc.
É bom saber que uma história bem contada surpreende
as pessoas, tem o poder de quebrar a rotina e trazer a magia à tona;
estimula-se a criatividade, rompem-se barreiras, desvendam-se mistérios,
abrem-se portas e pode ser tão especial e marcante para o ouvinte que chega a
influenciar na sua maneira de pensar e agir.
E
sobre este encantamento , novamente o autor afirma,“Para contar uma história é
preciso saber como se faz, afinal podem se descobrir sons e palavras novas, e
por isso é importante que se tenha uma metodologia específica. É preciso que
quem conte, crie um clima de envolvimento, de encanto, e saiba dar pausas
necessárias para que a imaginação da criança – afinal de contas os alunos do 1º
ano ‘’A’’, irão contar histórias principalmente para crianças - possa ir além e construir seu cenário,
visualizar seus monstros, criar os seus dragões, adentrar pela sua floresta,
vestir a princesa com a roupa que está inventando, pensar na cara do rei... e
tantas outras coisas mais...” (ABRAMOVICH, 1994, p. 20). Daí a necessidade de se planejar bem todos os passos desse projeto,
desde à apresentação à execução das tarefas.
Contar histórias para aprender
O ato de contar história é possível em todas as
fases de desenvolvimento do ser humano, dessa forma, “o impulso de contar
histórias deve ter nascido no homem no momento em que ele sentiu necessidade de
comunicar aos outros, certa experiência sua, que poderia ter significação para
todos.” COELHO (2000, p.13). A
contação de história como estímulo para a aprendizagem nos remete aos concertos
de leitura de Alves (2006, p. 61) quando afirma:
Penso que, de tudo o que as escolas podem
fazer com as crianças e jovens, não há nada de importância maior que o ensino
do prazer da leitura. Todos falam na importância de alfabetizar, saber transformar
símbolos gráficos em palavras. Concordo. Mas isso não basta. É preciso que o
ato de ler dê prazer. As escolas produzem, anualmente, milhares de pessoas com
habilidade de ler, mas que, vida afora, não vão ler um livro sequer. Acredito
piamente no dito do evangelho: “No princípio está a Palavra...” É pela palavra
que se entra no mundo humano.
Contar histórias para crianças ou
jovens desenvolve o gosto pela leitura e proporciona a
aprendizagem de forma prazerosa. Cada faixa etária tem predileção por um tipo
de história ou livro devendo ser estimulados por estes gostos desde cedo pelos
pais ou quando não houver esta possibilidade, pela escola. A elaboração deste
projeto vem fortalecer os trabalhos que a EEM Vereadora Edimar Martins da Cunha
já vem fazendo nesse sentido, isto é, de trabalhar com a leitura e a escrita,
manter os alunos em contato com essas atividades que, sem dúvida têm sua
importância na aprendizagem dos alunos. A
apresentação de livros e a contação de histórias para crianças e jovens
deve ser desenvolvidas por atividades que envolvam diretamente os mesmos e
prendam sua atenção tanto quanto os brinquedos.
Formar leitores torna-se essencial
para a convivência na sociedade e esta descoberta foi feita pelo homem para
garantir a transmissão de sua história, assim, como afirma Coelho (1991, p.13): “O impulso de contar
histórias deve ter nascido no homem no momento em que ele sentiu necessidade de
comunicar aos outros, certa experiência sua, que poderia ter significação para
todos.”
Como diz Fonseca (2004, p. 24) apud Machado (2001), “o homem elaborou os
sons que produzia com a língua para expressar objetivamente e subjetivamente o
que seus sentidos podiam captar de suas vivências. A capacidade de transmitir
suas aprendizagens, lembranças, lugares, pessoas, mistérios e as maravilhas da
natureza, surge quando ele articula a linguagem em narrativas, como um salto
fenomenal para a preservação e expansão da espécie”.
A narrativa – ou
seja, o relato, o contar histórias – tornou possível que os seres humanos
pudessem estabelecer e expressar a subjetividade e a objetividade, a
linearidade, à causalidade, à simultaneidade, a condicionalidade e tantos
outros conceitos fundamentais à transmissão dessa sabedoria acumulada, tão
essencial para a preservação e expansão da espécie. Ao contar uma história,
dizem-se quem fez o quê, o que aconteceu depois, por que, o que houve em
conseqüência disso, o que acontecia ao mesmo tempo, de que modo esses dois
fatos se relacionavam, quais as dificuldades ultrapassadas para que ocorressem,
que condições necessárias para sua ocorrência, etc. Mais que isso esses
primeiros narradores fizeram com que os ouvintes dessas primeiras histórias
orais pudessem perceber como havia pessoas diferentes deles, e como eram todos
tão parecidos em outras coisas, às vezes até mesmo iguaiszinhos. Mesmo, muitas
vezes, vivendo em circunstâncias e locais distintos (MACHADO, 2001, p. 130).
OBJETIVO GERAL
Utilizar-se da leitura, através
da contação de histórias, como metodologia para o desenvolvimento dos sujeitos
e melhoria de seu desempenho escolar, respondendo a necessidades afetivas e
intelectuais pelo contato com o conteúdo simbólico das leituras trabalhadas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Formar leitores desde cedo e valorizar a
escuta de histórias;
- A criança
valoriza o livro como fonte de conhecimento e entretenimento;
- Oportunizar momentos prazerosos em grupo;
- Enriquecer o
imaginário, ampliar o vocabulário, além de familiarizar a criança e o
jovem com a leitura;
- Apropriar–se
de histórias de seus antepassados para compreender o presente;
- Entender,
analisar criticamente e contextualizar a natureza da linguagem como fonte
de transmissão de conhecimento;
- Identificar-se
como usuário e interlocutor de linguagens que estruturam uma identidade;
METODOLOGIA
Contar história é uma forma de o homem dar
continuidade a sua cultura, suas descobertas sua espécie. A metodologia do
projeto ‘’Encontro de histórias’’ será realizado nas aulas de
língua portuguesa (nas quintas – feiras) e contará com as seguintes atividades.
O primeiro passo será a divisão das
equipes de trabalho. Cada equipe ficará responsável por um dos seguintes temas:
histórias indígenas; histórias africanas; histórias orientais; e histórias de
sua região.
O segundo passo é a realização da
pesquisa. Nesse momento, cada grupo designará dois membros para formar a
comissão organizadora. É interessante que cada membro dos grupos recolha pelo
menos três histórias, a fim de realizar um grande repertório. Assim, poderão
escolher as histórias que serão contadas no ‘’encontro’’.
Algumas fontes serão consultadas, como:
livros(visitas à biblioteca escolar), internet, entrevistas com moradores da
própria comunidade etc.
A seleção das histórias será através de
encontros e discussões entre os grupos para a escolha das mesmas. Deve – se
escolher a sequência e o material que precisará na contação, isto é, o que cada
equipe vai usar: cartazes, fantoches, figurinos, instrumentos musicais etc.
Uma vez decidida as histórias, os grupos
devem definir quem contará cada uma (que pode ser contada por mais de um aluno)
e preparar – se cuidadosamente. É importante que todos os membros tenham as
histórias na cabeça.
A reunião dos grupos para a produção de
material será marcada no decorrer dos encontros. Os materiais produzidos também
devem ser socializados entre os grupos, pois o sucesso de um depende de todos.
E, por fim a realização do evento que
contará com a presença de crianças de outras escolas. Os integrantes de cada
grupo se sentarão juntos, e as crianças se distribuirão entre os grupos. Sempre
que for contar uma história, o grupo deve apresentar qual é a origem de sua
história. Se preferir, cada grupo escolhe como prefere contar as histórias:
sentado, em pé, no centro da roda etc.
Avaliação
Pretende-se realizar o
presente projeto partindo do pressuposto de que a ação de contar histórias
deveria ser utilizada dentro do espaço escolar, não somente com seu caráter lúdico,
muitas vezes exercitado em momentos estanques da prática, como a hora do conto
ou da leitura, mas deveria adentrar a sala de aula, como metodologia que
enriquece a prática docente, ao mesmo tempo em que promove conhecimentos e
aprendizagens múltiplas.
E mediante a hipótese levantada, espera-se que
estimulando as crianças e os jovens a imaginar, criar, envolver-se é um grande
passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade. Por isso que é
de suma importância a contação de histórias, onde esta pode interferir
positivamente para a aprendizagem significativa, pois o fantasiar e o imaginar
antecedem a leitura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, R. Entre a ciência e a
sapiência: o dilema da educação. São Paulo: Loyola, 2006.
ABRAMOVICH, F. Literatura
infantil: gostosuras e bobices. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1994.
COELHO, N. N. Literatura: Arte, Conhecimento e
Vida. Petrópolis: Fundação Petrópolis, 2000
DOHME, V. Técnicas de Contar Histórias. São Paulo: Informal Ed., 2005.
FONSECA, Adriana Beatriz da Silva. “Era
uma vez...”: o contar histórias como prática educativa na formação docente.
Uberaba: UNIUBE, 2004. Dissertação de Mestrado
GAUTHIER, C. Por uma teoria da Pedagogia.
Rio Grande do Sul: Unijuí, 1998.
GOÈS, Lucia Pimentel. Introdução a Literatura
infantil e juvenil. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 1991
KIERAN, E. O uso da narrativa como técnica de ensino. Lisboa: Dom Quixote,
1994
MACHADO, R. Conto de tradição oral. São Paulo: FDE,
1994.
MADEIROS,
L. S. Leitura no Primeiro Ano das Séries Iniciais: uma construção
de significados. Disponível em: http://www.pedagogia.com.br/artigos/leitura.
Acesso em 14 out. 2009.
PRIOLLI, J. Fraldas e livros. Nova Escola. Edição Especial Leitura,
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STEFANI, R. Leitura que espaço é esse? Uma conversa com educadores. São Paulo:
Paulus, 1997.
VERDINI, A. S. A sala de aula como espaço
de leitura significativa. Leia Brasil.2006.
Disponível em:
http://www.leiabrasil.org.br/doc/doc_suporte/leitura_significativa.doc.
Excelente!! Gostei muito aflorou ideias para meu projeto.
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