Peço licença para sentir saudades. Saudades de um tempo que não volta,
mas que contribuiu para fazer o homem que sou hoje. Saudades de uma
felicidade simples, quando largava da escola e esperava ansiosamente
para jogar no vídeo-game e brincar com meu cachorro. Do dia de
sexta-feira que era mais feliz porque podíamos usar outros tipos de
roupas para ir ao colégio. Saudades da satisfação que sentia quando
minha família se reunia para passar o final de semana no sítio e eu ia
observando cada animal que tinha lá. Nesse tempo, eu brincava com meus
irmãos e tudo sempre acabava em confusão. Hoje, cada um mora em uma casa
diferente. Naquele tempo, eu achava que um ano era muita coisa e que
ele demorava demais para passar. Hoje, o ano passa que eu nem percebo,
de repente, acabou. Saudades de um tempo em que eu me apaixonava
inocentemente e achava que ia morrer de amor por não ser correspondido.
Aquele sentimento movia muitas coisas na minha vida, eu me esforçava
para ser uma pessoa melhor. Eu também tenho saudades de pessoas que eu
nunca mais vi, do tempo em que eu vivia num mundo paralelo, onde eu
conversava com meus animais. A tia da escola uma vez me perguntou quem
eram meus amigos fora dali e eu disse que eram o meu cachorro, meu galo e
meus coelhos. Eles realmente eram meus grandes amigos. E hoje deu
saudades deles. Saudades do sim do meu pai, de pular de alegria quando
ele me deixava fazer algo, que precisava de sua aprovação. Das
travessuras das férias, da convivência com os primos. Sinto saudades de
contar todo o meu dia para a minha mãe quando ia dormir e das cartas que
trocava com meus amigos que moravam longe. Eu sinto saudades de uma
época mágica, chamada infância. Lá eu também fui muito feliz. Agora, sou
feliz com essas boas lembranças.
- Crônicas que eu não enviei
Texto dedicado aos alunos do 3º ano da Escola Edimar Martins.
Prof: Mikaelle Sales
Coordenadora do LEI
09 de dezembro de 2015
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