sexta-feira, 17 de abril de 2015

PROJETO: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

ESCOLA DE ENSINO MÉDIO VEREADORA EDIMAR MARTINS DA CUNHA CAIO PRADO - ITAPIÚNA – CEARÁ

PROJETO: Contação de Histórias



TEMA: Encontro de Histórias


IDENTIFICAÇÃO

·         LOCAL: ESCOLA DE ENSINO MÉDIO EDMAR MARTINS DA CUNHA-CAIO PRADO, ITAPIÚNA-CEARÁ
·    PÚBLICO ALVO: ALUNOS DO 1º ANO ‘’A’’
·    TEMA: Encontro de Histórias
·    AUTORES: PROFESSORES DE LINGUAGENS E CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
DURAÇÃO: DOIS MESES
·    APOIO: NÚCLEO GESTOR
       MENTOR: PROF EDSON









                                             Justificativa
            Buscando estratégias em relação às metodologias que utilizam a ludicidade para a promoção da aprendizagem, a E.E.M. Vereadora Edimar Martins da Cunha, na Área de Linguagens e Códigos, decidiu pelo tema relacionado à contação de histórias com o intuito de trabalhar a arte da narração de histórias, objetivando uma reflexão por parte dos alunos sobre a importância desse ato milenar. A falta de ações garante-lhe muitas vezes o fracasso na comunicação com os alunos, no estabelecimento da relação afetiva propícia à aprendizagem e outros fatores relevantes para o processo educativo. Assim, é fundamental buscar novas alternativas metodológicas que possibilitem ao professor o desenvolvimento de habilidades e competências para trabalhar com a linguagem seja escrita ou oral e, através destas, garantir o acesso dos alunos à cultura, como um bem universal a ser usufruído e desencadeador da produção de novos conhecimentos.

APRESENTAÇÃO
 A alegria de contar histórias
           
            As histórias são patrimônios da humanidade e é ouvindo estas por um bom contador que se pode transportar para vários mundos imaginários. Pensando nesse desenvolvimento de ouvir e (re)criar do aluno, que pretendemos por em prática através do projeto ‘’Contação de histórias’’ como uma maneira de contribuir ao desenvolvimento cognitivo. As aulas serão baseadas em experiências dos próprios alunos etc. E dessa forma, o currículo será contextualizado e interdisciplinado, e as histórias envolveriam os conteúdos, de acordo com cada uma que fosse contada.

Contar histórias é atividade muito antiga. Até os profetas já falavam dela. Assim, o mais importante que o homem acumulou de sua experiência foi sendo comunicado de indivíduo a indivíduo, de povo a povo. Contar em latim é computare, abreviado de comptare, do qual se originou o vocábulo francês compter. Então contar é o compito ou conto dos fatos (GÓES, 1991, p.125).



            Contar história desenvolve as possibilidades de apreensão dos significados do mundo em que os jovens estão inseridos. Este projeto pode auxiliar na aprendizagem por apresentar características únicas de descontração, atenção, alegria entre outras tantas habilidades que possam fazer o aluno apreender o sentido das coisas pelo modo lúdico. Sobre isso, Abramovich, diz “O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatralizar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou outra). Afinal, tudo pode nascer dum texto criar asas e estimular a aprendizagem” (ABRAMOVICH, 1994, p. 23).
            Ou seja, tanto a criança quanto o jovem desenvolve-se seu ser se for estimulada exteriormente e a contação de história viabiliza esta interação colocando ambos em confronto consigo mesma para distinguir o real do imaginário. Dentre as habilidades desenvolvidas pelos mesmos através do que houve nas histórias são destacadas por Dohme (2005, p.19) alguns aspectos relevantes, tais como:

- Caráter: as histórias com heróis, conteúdos que proporcionam lições de vida, fábulas em que o bem prevalece sobre o mal. Por meio das histórias, principalmente, os meninos se defrontam com situações fictícias e com isso adquirem vivências e referências para montar os seus próprios valores;
- Raciocínio: as histórias mais elaboradas, os enredos intrigantes, agitam o raciocínio da criança e do jovem;
- Imaginação: o exercício da imaginação traz grande proveito aos jovens, porque atende a uma necessidade muito grande que eles têm de imaginar. As fantasias não são somente um passatempo; elas ajudam na formação da personalidade na medida em que possibilita fazer conjecturas, combinações, visualizações como tal coisa seria “desta” ou de “outra” forma.
- Criatividade: uma vez que a criatividade é diretamente proporcional à quantidade de referências que cada um possui, quanto mais “viagens” a imaginação fizer, tanto mais aumentará o “arquivo referencial” e, conseqüentemente, a criatividade.
- Senso Crítico: as histórias atuam como ferramentas de grande valia na construção desse senso crítico, por meio delas os alunos tomam conhecimento de situações alheias à sua realidade, uma vez que podem “navegar” em diferentes culturas, classes sociais, raças e costumes.
- Disciplina: é entendida como aceita e praticada espontaneamente pela criança/jovem e não como algo imposto inquestionavelmente pelo educador. No momento que se trabalha com o que realmente gosta, quando sente que foi preparada especialmente para elas, as chances de se ter posturas atentas e participativas aumentam muito.

É com essa perspectiva que o projeto ‘’ Contando histórias’’ visa contribuir na formação dos alunos, seja na formação de novos leitores, seja como cidadãos etc.
É bom saber que uma história bem contada surpreende as pessoas, tem o poder de quebrar a rotina e trazer a magia à tona; estimula-se a criatividade, rompem-se barreiras, desvendam-se mistérios, abrem-se portas e pode ser tão especial e marcante para o ouvinte que chega a influenciar na sua maneira de pensar e agir.
            E sobre este encantamento , novamente o autor afirma,“Para contar uma história é preciso saber como se faz, afinal podem se descobrir sons e palavras novas, e por isso é importante que se tenha uma metodologia específica. É preciso que quem conte, crie um clima de envolvimento, de encanto, e saiba dar pausas necessárias para que a imaginação da criança – afinal de contas os alunos do 1º ano ‘’A’’, irão contar histórias principalmente para crianças -  possa ir além e construir seu cenário, visualizar seus monstros, criar os seus dragões, adentrar pela sua floresta, vestir a princesa com a roupa que está inventando, pensar na cara do rei... e tantas outras coisas mais...” (ABRAMOVICH, 1994, p. 20). Daí a necessidade de se planejar bem todos os passos desse projeto, desde à apresentação à execução das tarefas.    
       
 Contar histórias para aprender
        O ato de contar história é possível em todas as fases de desenvolvimento do ser humano, dessa forma, “o impulso de contar histórias deve ter nascido no homem no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros, certa experiência sua, que poderia ter significação para todos.” COELHO (2000, p.13). A contação de história como estímulo para a aprendizagem nos remete aos concertos de leitura de Alves (2006, p. 61) quando afirma:

Penso que, de tudo o que as escolas podem fazer com as crianças e jovens, não há nada de importância maior que o ensino do prazer da leitura. Todos falam na importância de alfabetizar, saber transformar símbolos gráficos em palavras. Concordo. Mas isso não basta. É preciso que o ato de ler dê prazer. As escolas produzem, anualmente, milhares de pessoas com habilidade de ler, mas que, vida afora, não vão ler um livro sequer. Acredito piamente no dito do evangelho: “No princípio está a Palavra...” É pela palavra que se entra no mundo humano.            
           
            Contar histórias para crianças ou jovens desenvolve o gosto pela leitura e proporciona a aprendizagem de forma prazerosa. Cada faixa etária tem predileção por um tipo de história ou livro devendo ser estimulados por estes gostos desde cedo pelos pais ou quando não houver esta possibilidade, pela escola. A elaboração deste projeto vem fortalecer os trabalhos que a EEM Vereadora Edimar Martins da Cunha já vem fazendo nesse sentido, isto é, de trabalhar com a leitura e a escrita, manter os alunos em contato com essas atividades que, sem dúvida têm sua importância na aprendizagem dos alunos. A apresentação de livros e a contação de histórias para crianças e jovens deve ser desenvolvidas por atividades que envolvam diretamente os mesmos e prendam sua atenção tanto quanto os brinquedos.
           
            Formar leitores torna-se essencial para a convivência na sociedade e esta descoberta foi feita pelo homem para garantir a transmissão de sua história, assim, como afirma     Coelho (1991, p.13): “O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros, certa experiência sua, que poderia ter significação para todos.”
            Como diz Fonseca (2004, p. 24) apud Machado (2001), “o homem elaborou os sons que produzia com a língua para expressar objetivamente e subjetivamente o que seus sentidos podiam captar de suas vivências. A capacidade de transmitir suas aprendizagens, lembranças, lugares, pessoas, mistérios e as maravilhas da natureza, surge quando ele articula a linguagem em narrativas, como um salto fenomenal para a preservação e expansão da espécie”.

A narrativa – ou seja, o relato, o contar histórias – tornou possível que os seres humanos pudessem estabelecer e expressar a subjetividade e a objetividade, a linearidade, à causalidade, à simultaneidade, a condicionalidade e tantos outros conceitos fundamentais à transmissão dessa sabedoria acumulada, tão essencial para a preservação e expansão da espécie. Ao contar uma história, dizem-se quem fez o quê, o que aconteceu depois, por que, o que houve em conseqüência disso, o que acontecia ao mesmo tempo, de que modo esses dois fatos se relacionavam, quais as dificuldades ultrapassadas para que ocorressem, que condições necessárias para sua ocorrência, etc. Mais que isso esses primeiros narradores fizeram com que os ouvintes dessas primeiras histórias orais pudessem perceber como havia pessoas diferentes deles, e como eram todos tão parecidos em outras coisas, às vezes até mesmo iguaiszinhos. Mesmo, muitas vezes, vivendo em circunstâncias e locais distintos (MACHADO, 2001, p. 130).
           
            O autor revela que o homem busca no místico as formas para entender o mundo a sua volta e se utiliza da narrativa como forma de perpetuação desse entendimento. E esta prática, a narrativa, levada ao contexto escolar, como é caso do projeto ‘’Encontro de histórias’’ de forma mais efetiva, poderá também desenvolver a aprendizagem dos alunos. Portanto, com esse sentimento de aproximar o aluno do universo da leitura e da escrita, que nasceu esta iniciativa.

OBJETIVO GERAL


                       Utilizar-se da leitura, através da contação de histórias, como metodologia para o desenvolvimento dos sujeitos e melhoria de seu desempenho escolar, respondendo a necessidades afetivas e intelectuais pelo contato com o conteúdo simbólico das leituras trabalhadas.


                            

  OBJETIVOS ESPECÍFICOS


           Formar leitores desde cedo e valorizar a escuta de histórias;
  • A criança valoriza o livro como fonte de conhecimento e entretenimento;
  •  Oportunizar momentos prazerosos em grupo;
  • Enriquecer o imaginário, ampliar o vocabulário, além de familiarizar a criança e o jovem com a leitura;
  • Apropriar–se de histórias de seus antepassados para compreender o presente;
  • Entender, analisar criticamente e contextualizar a natureza da linguagem como fonte de transmissão de conhecimento;
  • Identificar-se como usuário e interlocutor de linguagens que estruturam uma identidade;

                                                          METODOLOGIA
        Contar história é uma forma de o homem dar continuidade a sua cultura, suas descobertas sua espécie. A metodologia do projeto ’Encontro de histórias’’ será realizado nas aulas de língua portuguesa (nas quintas – feiras) e contará com as seguintes atividades.
        O primeiro passo será a divisão das equipes de trabalho. Cada equipe ficará responsável por um dos seguintes temas: histórias indígenas; histórias africanas; histórias orientais; e histórias de sua região.
        O segundo passo é a realização da pesquisa. Nesse momento, cada grupo designará dois membros para formar a comissão organizadora. É interessante que cada membro dos grupos recolha pelo menos três histórias, a fim de realizar um grande repertório. Assim, poderão escolher as histórias que serão contadas no ‘’encontro’’.
        Algumas fontes serão consultadas, como: livros(visitas à biblioteca escolar), internet, entrevistas com moradores da própria comunidade etc.
       A seleção das histórias será através de encontros e discussões entre os grupos para a escolha das mesmas. Deve – se escolher a sequência e o material que precisará na contação, isto é, o que cada equipe vai usar: cartazes, fantoches, figurinos, instrumentos musicais etc.
      Uma vez decidida as histórias, os grupos devem definir quem contará cada uma (que pode ser contada por mais de um aluno) e preparar – se cuidadosamente. É importante que todos os membros tenham as histórias na cabeça.
      A reunião dos grupos para a produção de material será marcada no decorrer dos encontros. Os materiais produzidos também devem ser socializados entre os grupos, pois o sucesso de um depende de todos.  
     E, por fim a realização do evento que contará com a presença de crianças de outras escolas. Os integrantes de cada grupo se sentarão juntos, e as crianças se distribuirão entre os grupos. Sempre que for contar uma história, o grupo deve apresentar qual é a origem de sua história. Se preferir, cada grupo escolhe como prefere contar as histórias: sentado, em pé, no centro da roda etc.
 














Avaliação
            Pretende-se realizar o presente projeto partindo do pressuposto de que a ação de contar histórias deveria ser utilizada dentro do espaço escolar, não somente com seu caráter lúdico, muitas vezes exercitado em momentos estanques da prática, como a hora do conto ou da leitura, mas deveria adentrar a sala de aula, como metodologia que enriquece a prática docente, ao mesmo tempo em que promove conhecimentos e aprendizagens múltiplas.
E mediante a hipótese levantada, espera-se que estimulando as crianças e os jovens a imaginar, criar, envolver-se é um grande passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade. Por isso que é de suma importância a contação de histórias, onde esta pode interferir positivamente para a aprendizagem significativa, pois o fantasiar e o imaginar antecedem a leitura.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    
ALVES, R. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação. São Paulo: Loyola, 2006.

ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 4ª ed. São Paulo: Scipione, 1994.

COELHO, N. N. Literatura: Arte, Conhecimento e Vida. Petrópolis: Fundação Petrópolis, 2000

DOHME, V. Técnicas de Contar Histórias. São Paulo: Informal Ed., 2005.

FONSECA, Adriana Beatriz da Silva. “Era uma vez...”: o contar histórias como prática educativa na formação docente. Uberaba: UNIUBE, 2004. Dissertação de Mestrado

GAUTHIER, C. Por uma teoria da Pedagogia. Rio Grande do Sul: Unijuí, 1998.

GOÈS, Lucia Pimentel. Introdução a Literatura infantil e juvenil. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 1991

KIERAN, E. O uso da narrativa como técnica de ensino. Lisboa: Dom Quixote, 1994

MACHADO, R. Conto de tradição oral. São Paulo: FDE, 1994.

MADEIROS, L. S. Leitura no Primeiro Ano das Séries Iniciais: uma construção de significados. Disponível em: http://www.pedagogia.com.br/artigos/leitura.
Acesso em 14 out. 2009.


PRIOLLI, J. Fraldas e livros. Nova Escola. Edição Especial Leitura, nº 18. São Paulo: Abril, 2008.

STEFANI, R. Leitura que espaço é esse? Uma conversa com educadores. São Paulo: Paulus, 1997.

VERDINI, A. S. A sala de aula como espaço de leitura significativa. Leia Brasil.2006. Disponível em: http://www.leiabrasil.org.br/doc/doc_suporte/leitura_significativa.doc.




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